quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Sem motivo, razão ou porque. Eu me perdi aqui buscando companhia enquanto a casa estava cheia de gente. Meus olhos doem antes de dormir e já não consigo olhar para o céu. Cheio de gente e tudo vazio.
Talvez Ele esteja me olhando mas eu não o vejo. Hipnotizado no que é desnecessário. Preciso voltar ao mundo real pra tentar reencontrar um Espírito que eu deixei abandonado pelo maldito odor do meu pecado. A vontade de seguir é mínima, pouca força e muito pedaço trincado. É necessário mudar, pensar e agir. Joelhos no chão ao acordar, cabeça firme ao olhar nos olhos. Recomeçar. Manter o foco em Deus.


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Na praça

Enquanto sento e espero uma amiga chegar pra uma despedida começo a observar as pessoas na praça. Alguns comércios, pessoas passam bem vestidas carregando sacolas, moradores de rua, alguns alunos faltando aula, um casal em outro banco, os flanelinhas [que parecem ser moradores de rua também] abordando as pessoas pra ganhar um trocado, uma senhora de meia idade sozinha. Em um sol escaldante às 15:00 hs da tarde um garoto praticando le parkour, os alunos começam a fumar maconha e a eles se junta uma menina magra, bem vestida, só afim do cigarro. A senhora mexe no celular e um outro homem fica sozinho no outro banco, como se a presença do outro não importasse, não mudasse nada. Carros, motos, barulho.
Um homem se aproxima, mas não pra falar comigo, apenas estou em seu caminho. Cabeça baixa, não me olha aos olhos, sua comida [talvez rara] em suas mãos era mais preciosa que minha presença. Continuou andando sem notar ao menos alguém ali.
O dia vai passando e as pessoas continuam a ignorar o que não está nos seus planos. Minha amiga chega, um abraço, sorriso, uma breve despedida.  Sigo  meu caminho pensando em tudo que vi. Aquele homem, sei lá quem era ele ou o que já fez, mas naquele momento eu o amei. Talvez ainda o ame na lembrança e na esperança de que isso vai mudar, vou crendo e do meu modo estranho fazendo algo pra isto.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Sou composta de vários núcleos que vão moldando que sou. Família, igreja, amigos, faculdade, trabalhos voluntários, redes sociais, interpretações que faço do que vejo, ouço e falo. Vou me completando como num gigantesco quebra-cabeça, peça por peça vou seguindo para montar e entender o que é essa obra de arte que é viver. Tem horas que eu jogo uns pro alto, perco peças no escuro e preciso voltar procurando onde eu deveria encaixar. Algumas ainda não encontrei e preciso seguir procurando.
E onde Deus se encaixa nesse contexto? Ele na verdade é quem fez todas as peças, que me fez e deu uma vida pra mim naquela cruz pra que eu pudesse buscar encaixar minhas peças. Jesus é o modelo que eu procuro seguir, o princípio e o fim, o Alfa e o Ômega. Tenho minhas peças e com elas vou fazendo meu desenho, pra ser o mais parecida possível com Ele e ao mesmo tempo ser eu. Reflexo. 

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Aqui

Sabe quando você precisa falar algo pra alguém e não consegue? Quando parece que faltam as palavras certas pra explicar? Eu normalmente uso música pra fazer isso.
E como sempre as coisas acontecem quando a gente menos espera, lembrei de uma música que faz tempo não ouvia. Acho que ela traduz exatamente isso que estou sentindo, não sou daqui e não consigo existir sem Ele e cada dia está mais difícil continuar. A fé não está tão quente como antes, mas ela existe. Sempre existiu, mesmo antes de eu a reconhecer.

Aqui. Capital Inicial

Às vezes acho
Que eu fiquei louco
Me dando conselhos
Até ficar rouco
Às vezes acho
Que perdi a memória
Contando de novo
A mesma história...

Aqui onde as horas não passam
Aqui onde o sol não me vê
Aqui onde eu não moro
Não existo sem Você...

Me olho no espelho
E me vejo do avesso
O mesmo rosto
Que eu não reconheço
O rádio ligado
Chuva e calor
As gotas me ferem
Mas não sinto dor...

Aqui onde as horas não passam
Aqui onde o sol não me vê
Aqui onde eu não moro
Não existo sem Você...

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Changes

Não é falta de tempo, por agora tenho muito. Não é falta de inspiração, ela está aqui também. Só que volto a andar como antes, na contramão de tudo. É estou bem feliz. Faltam alguns nós a desatar, escolhas a fazer, mas o agora é preciso demais para esquecer dele.
 Tenho pensado muito, em tudo que vejo, ouço, faço. Um amigo me disse que sou crítica, amém, que assim seja. Que todo ato seja real e sincero, mesmo pagando o preço [alto por sinal] de ser diferente, vale a pena ser assim. Agora só quero menos disso ser igual, quero ser eu. Um eu completo por Ele.
Reconhecer quem sou, olhando no retrovisor pra não cair no mesmo erro, mas seguindo em frente. E só. 

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Ainda não entendo como cheguei a ficar assim, eu juro. Só que essa saudade é aterradora. Todas as vezes que eu pego meu celular e vasculho a agenda querendo ligar pra alguém, é Tua voz que eu quero ouvir. Eu me faço de forte, olho e dou risada de tudo, mas só nós sabemos o que tá acontecendo. E quando faço algo de errado é só de Você que eu tenho vergonha e me afasto cada vez mais. Quero tanto um tempo de descanso, só a gente, em algum lugar. Ao mesmo tempo quero ficar perto e ajudar o mais gente possível. Depois do final de semana perfeito eu só queria realmente ir além da casca, pode sentar e te contar e rir.  Me leve em seus braços, solte essas lembranças que mais parecem algemas, me envia o Espírito da paz que excede o entendimento... Acho que eu é isso. Ei Pai, me dá colo.
Atrás daquele nariz vermelho me encontro e vejo tudo com uma lupa.
O cheiro da maquiagem, de gente, de hospital, de álcool. 
Tudo me diz que estou no lugar certo.
Conheço amigos, histórias, me faço humana e amo. Aprendo a amar.
Sou medo e coragem, tristeza e alegria, tudo transbordando.
Sou choro e risada, sou meus pólos convergindo dentro de mim.
Sou flor na seca, uma lágrima nesse deserto da vida real.
Sou música.

Sou.